08|FEV|2025
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Por Celso Petrucci*Este ano tem tudo para ser o mais marcante no âmbito do crédito imobiliário no Brasil. Além da abundância de recursos para habitação, quase R$ 80 bilhões das principais fontes de financiamento, caderneta de poupança e FGTS, teremos um ano decisivo principalmente por dois fatores, que deveremos acompanhar atentamente pelo restante do ano.O primeiro fator, sem dúvida nenhuma, foi o anúncio, pelo governo federal, do programa “Minha Casa Minha Vida", cujos protagonistas são o setor produtivo e a Caixa Econômica Federal e teve o condão de mexer com todo o mercado imobiliário. As vendas cresceram em todo o País, não só para produtos destinados às famílias de mais baixa renda, mas também para produtos de maior valor de venda. A reação do mercado imobiliário se fez sentir em todos os Estados e, em alguns deles, as vendas do primeiro trimestre de 2009 dão sinais de fechamento no mesmo patamar ou até melhor que igual período de 2008.A Caixa Federal anunciou que, em pouco mais de 15 dias após a operacionalização do programa (13 de abril), já são mais de 50 mil unidades em condições de análise na instituição em todas as faixas cobertas, ou seja, unidades que atendem de zero a dez salários mínimos. Restam para nós algumas dúvidas quanto à capacidade operacional da Caixa para analisar os processos de financiamento nos prazos prometidos (até 45 dias) e a adesão das prefeituras e órgãos ambientais aos prazos previstos no programa.Outra dúvida que se levanta é saber se os preços fixados pelo Ministério das Cidades para produção e aquisição de unidades para famílias de até três salários, como exemplo R$ 52 mil para apartamentos na cidade de São Paulo, são viáveis. Se os preços fixados “baterem na trave”, infelizmente poderá ocorrer com o MCMV o mesmo que aconteceu com o PAR – Programa de Arrendamento Residencial, prejudicando àqueles que mais necessitam de sua moradia. Estamos atentos para que isso não aconteça, pois seria um desperdício o País não aproveitar esta ótima oportunidade.O segundo fator, também de extrema importância, será o acompanhamento do que acontecerá com a caderneta de poupança. O presidente Lula vem insistindo em declarações de que a poupança não é investimento e não servirá de refúgio para investidores profissionais. Existem idéias sendo veiculadas a partir do fato de que a taxa Selic nunca esteve tão baixa – hoje 10,25% , o que poderá levar investidores que aplicam em fundos de renda fixa a migrarem para caderneta de poupança.Fala-se muito em duas idéias mais viáveis: redução dos juros pagos na caderneta, de 6% a.a. 4% a.a., ou sua vinculação com a Selic. Ambas soluções são polêmicas, pois a primeira penalizaria àqueles que acreditaram na poupança e que perderam muito nos últimos anos para os índices oficiais de inflação. Já a segunda, também polêmica, não porque queiramos ou porque exista tendência de aumento da taxa Selic, porém ela poderá subir novamente para patamares visitados num passado não tão longínquo (2005), quando foi de 18,5% na média.Também não podemos correr o risco que qualquer modificação na remuneração na caderneta de poupança coloque em cheque o direcionamento de recursos para financiamentos imobiliários, pois seria inoportuna qualquer iniciativa neste sentido, principalmente quando o País todo começa a experimentar as facilidades do crédito imobiliário.Assim, como se pode perceber, 2009 tem tudo para ser o Ano do Crédito Imobiliário. Mas, para que isso se torne realidade, precisamos nos engajar no programa “Minha Casa Minha Vida”, fazendo com que ele dê certo, e acompanharmos passo a passo as mudanças na remuneração das cadernetas e seu direcionamento legal para o financiamento imobiliário.* Celso Petrucci é economista-chefe do Secovi-SP, diretor-executivo da vice-presidência de Incorporação Imobiliária do Sindicato e membro titular do Conselho Curador do FGTSFonte: Brasil Engenharia
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